
No bar, me serviram cachaça de jambu em uma taça bonita, como uma mini taça de martini. No final da noite, em uma troca de olhar cúmplice com a amiga, meti a taça na mochila, chamei o carro de aplicativo e fui para a casa. Mas a história não será sobre isso. Não vamos endossar o discurso das clepto girls. Só contei essa parte da história como chamariz, para você continuar lendo. E parece que funcionou.
Bem, a história, na verdade, é sobre isto aqui:
Em algum momento entre a primeira e a última taça de cachaça de jambu, minha amiga comentou que, ao assinar o Até de repente, começou a receber os textos de uma outra newsletter. De um rapaz. Que falava sobre calos. De imediato, respondi: deve ser o lucas, do caixa postal! — não porque associo o Lucas a calos, mas porque, além de ser o único rapaz com quem estabeleci laços pela escrita nos últimos tempos, ele é uma das recomendações na minha página principal.
Segui dizendo que, além de bom escritor, Lucas também é chegado em psicanálise. Ela disse que o texto mexeu muito com ela. Segui bebericando a cachaça na taça pitica, me sentindo uma escritora boêmia e bem relacionada.
Mais uma estação de chuva e frio em Porto Alegre, e com ela, a depressão. É com essa paráfrase de uma música da Kelly Key que informo o leitor de que o inverno chegou na capital gaúcha. Sim, está difícil sair da cama. Sim, meu tênis preferido está molhado. Sim, estou quase pegando os alunos pelo braço e levando à força para a unidade básica de saúde mais próxima. E sim, é claro, é óbvio: estou daquele jeito novamente; mais melancólica do que o normal, atenta a recaídas bruscas de humor. Contato de emergência: a psiquiatra.
Em um horário de almoço desses, meu colega de firma bateu na porta para dar um oizinho e eu fui me chegando, saí no corredor… Quando dei por mim, já estava na sala dele, sentada em sua mesa, tomando um bom café. Conversa vai, conversa vem, perguntei quando íamos combinar para ele tirar o tarot para mim. Dei sorte. O homem estava com o baralho, a toalhinha e a pedra energética na mochila.
Com cuidado e atenção, fiz o passo a passo indicado. Dei batidas no baralho, soprei seus quatro cantos, usei a mão esquerda pra dedéu. Uma das cartas que tirei foi o cinco de copas. Você já reparou como cartas de tarot são bonitas?
Três taças derramadas e duas de pé.
O foco.
A imensidão do rio, a travessia e o conforto da chegada.

— No fim, percebi que dou conta do trabalho. Dou conta do desafio!
— Claro que consegue, guria. Entendo o frio na barriga, mas essa é a melhor parte! É tipo o medo antes de entrar na montanha russa, depois é divertido.
— Querido, eu não ando de montanha russa. Eu nem entro no parque.
TEXTINHO NOVOOOOOOOO AEAEAEAEAEAE!
Adorei, por favor, continue! 🎉🎉🎉🎉